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Quando falamos em vinhos e as uvas às quais os mesmos são produzidos, em nossa mente vêm logo aquelas mais conhecidas, tais como: Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec, Tannat, Pinot Noir, Sauvignon Blanc, Chardonnay, etc. Todas elas de origem francesa. Temos algumas outras de países europeus que também são conhecidas do consumidor, mas nem tanto, tais como: Sangiovese, Nebiollo, Touriga Nacional, Aragonêz, Xarel-lo, etc. Mas como tenho ascendência italiana, hoje quero falar de duas uvas deste país, que são pouquíssimo conhecidas, assim como os vinhos feitos a partir das mesmas não são tão vistos em adegas e redes de supermercados. Interessante é que os vinhos feitos a partir destas cultivares são muito bons, em função das características das mesmas. Vamos falar das uvas Ancellotta e Teroldego.

 

ANCELLOTTA: Proveniente da província Reggio nell'Emilia, na região de Emilia-Romagna, na Itália, tem sua origem no século XIV, cultivada pela família Lancellotti pela primeira vez. É cultivada em outros países além da Itália: Suíça, Brasil, Espanha e Argentina. De acordo com o site www.vemdauva.com.br, o Brasil é um dos maiores produtores mundiais. É muito utilizada na composição dos vinhos frisantes, chamados de Lambruscos.

Possui bagos pretos azulados e é muito rica em antocianinas, substância que dá cor ao fruto. Por isso, é bastante usada em cortes, para dar mais profundidade de cor aos vinhos. Outras características do vinho elaborado com a Ancellotta são o caráter frutado, a acidez boa, mas moderada, e os taninos maduros, além de aromas de frutas negras, como mirtilo e ameixa. Os varietais harmonizam bem com carne de cordeiro ou porco. Usando um Lambrusco, harmonize com uma entrada de presunto defumado.

 

TEROLDEGO: O nome desta uva significa “O Ouro de Tirol”, nos dando a pista de sua origem, na região do Trentino – Alto Adige, também chamada de Sudtirol, no Norte da Itália. Os imigrantes italianos trouxeram essa uva para o Brasil em meados do século XIX, e muito recentemente essa uva vem se destacando no Brasil com excelentes vinhos.

Possui como características marcantes, os taninos fortes e a casca grossa. Como qualquer cepa, a Teroldego tem comportamento diferente quando plantada em diferentes terroirs. Em climas quentes apresenta vinhos com mais corpo, álcool e intensidade aromática. Já em climas frios, os vinhos são mais elegantes, trazendo aromas mais elegantes e gustativos. Seus aromas mais pronunciados são de frutas negras: cereja negra, amora e ameixa, além de toques defumados.

 

Sugestões de excelentes vinhos brasileiros das citadas uvas:

Barcarola Teroldego 2016;

Larentis Teroldego 2015;

Larentis Ancellotta 2014;

Lídio Carraro Singular Teroldego 2011;

Valdemiz Monte Reale Ancellotta 2013;

Don Laurindo Reserva Ancellotta 2016.

 

Vaner Benetti

Sommelier FISAR

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