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Penso que a cena é comum a todos os enófilos que adentram uma adega em busca de um vinho para aquela ocasião especial ou mesmo para o dia-a-dia. Os rótulos são inúmeros, as possibilidades as mais diversas, os tipos de uva deixam dúvidas e as mais diferentes garrafas, seja pelo modelo ou tamanho, confunde aquilo que antes era a certeza absoluta do que levar.

Em tempos idos, os vinhos eram armazenados em recipientes feitos de couro, barro, cerâmica e posteriormente, barris de madeira. O grande problema destes recipientes, após abertos, era o contato do vinho com o oxigênio. Ânforas ou barris de tamanho enormes, cheios de vinho, tinham que ser consumidos logo que abertos, pois o oxigênio em contato com vinho, degradava o produto, transformando o álcool em ácido acético, mais conhecido como vinagre. O uso de garrafas era privilégio de poucos em tempos antigos. O vidro começou a ser produzido há mais de 5 mil anos, mas as primeiras garrafas com boas condições para se armazenar vinhos, surgiram a cerca de 1600 anos. As garrafas eram usadas apenas para que o vinho fosse retirado de vasilhames maiores e aí levados à mesa para consumo.

 

Cada produtor resolve qual tipo de garrafa usar ou a cor da mesma na hora de engarrafar o vinho. A tradição em algumas regiões obriga produtores a usarem certos tipos e cores pré-determinados. As cores mais comuns são verde, âmbar ou transparente. Os vinhos tintos são engarrafados em garrafas de cor mais escura, pois protege o liquido da luz, sabidamente, outro inimigo do vinho. Já os vinhos brancos e rosés são colocados em garrafas transparentes, pois a cor do vinho se torna uma propaganda do produto.

 

O tamanho da garrafa também é algo muito interessante, e chega a ter 20 tipos de tamanhos diferentes, além de variados formatos, alguns muito usados, outros nem tanto assim. Algumas vinícolas possuem garrafas especiais, com formatos belíssimos. Os tamanhos mais comuns são as de 187, 350, 500, 750, 1000, 1500 e 3000 ml. Mas o tamanho pode chegar a 30 litros. Quanto ao formato, os mais comuns são: a bordalesa (formato mais usado em todo o mundo), a borgonhesa, que tem os “ombros” mais caídos, a garrafa de espumante, que possui um vidro mais espesso para suportar a pressão do gás, a alsaciana, da região da Alsácia, na França, a garrafa do vinho do Porto e a Provence, usadas para os famosos rosés da região que dá esse nome à mesma. O modelo e tamanho mais usado é a garrafa bordalesa, de 750 ml. Uma barrica com 225 litros enche exatamente 300 garrafas de 750 ml.

De qualquer forma, o tamanho ou modelo utilizados, ainda que alguns muito belos, que enchem nossos olhos, não é tão importante, mas sim o precioso liquido que carregam em seu interior e que alegram nossas almas. Saúde!!!

 

Vaner Benetti

Sommelier FISAR

WSET 1

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