:: Vida Diária :: Jornalismo que completa o seu dia!

Mais um ano começa. E claro, com ele, novos planos, projetos, promessas. Quase todos fazem alguma promessa de mudança a cada ano. Eu já fiz e você também. E isso é algo normal no ser humano. Queremos sempre renovar nossa vida, nossos sonhos e desejos. E, ao mesmo tempo, estamos sempre buscando realizar aquilo que ficou pra trás. E, muitas vezes não percebemos que o novo que tanto ansiamos, é o velho que antes desejamos, mas não realizamos.

Pois bem, neste novo ano que se inicia eu quero conhecer novos vinhos. Mas esses “novos vinhos”, são aqueles que eu já desejava e ainda não tive a oportunidade de degustar. Conhecer novos sabores, novos terroirs, novas vinícolas e novas safras. Uma das coisas que encanta a quem é enófilo, é o fato de a cada safra poder ter a oportunidade de se encantar com novos vinhos no mercado. Mas isso tudo, sem deixar de olhar para trás e pensar que vinhos de safras anteriores acabam por ser velhos novos vinhos. Até porque, o vinho ainda que já tenha sido degustado no ano anterior, já não será o mesmo na garrafa, pois o mesmo muda ao longo do tempo com todas as ligações químicas que acontecem dentro da garrafa.

 

Uma das novidades que deverá chegar no mercado este ano, são os vinhos da Chapada Diamantina. Dois municípios têm se destacado no mercado de vinhos finos, os quais: Morro do Chapéu e Mucugê. A produção ao longo dos anos vem crescendo e este ano, vinhos com potencial de guarda, que são envelhecidos em barris de carvalho, deverão ser comercializados de forma mais ampla.

Uvas clássicas, tais como: Syrah, Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, Sauvignon Blanc, Malbec e Merlot, estão sendo cultivadas na região. O projeto experimental de produção começou lá em 2010, com a introdução de parreiras para o cultivo de cepas que se destinassem à produção de vinhos finos. Ao longo dos anos, a produção ainda á muito pequena, com média de 1300 garrafas ano. Em 2019 a produção chegou a 20 mil garrafas e para este ano, estima-se que 20 mil garrafas sairão da Chapada para a mesa do brasileiro. Já são 7 as vinícolas ali instaladas.

 

Em Mucugê já são 32 hectares de parreiras, divididos entre uvas tintas e brancas. Chardonnay, Riesling, Cabernet Franc e Petit Verdot são algumas das espécies em produção nos montes da Chapada Diamantina A região se diferencia pela altitude, que pode chegar a 1150 metros, com estações bem definidas e boa amplitude térmica, com temperaturas que variam de 8 graus em média nos períodos mais frios e 24 graus no período de maturação dos frutos.

Para a produção de uvas, é a usada a poda invertida ou dupla poda. Dessa forma, as uvas serão colhidas no inverno, entre os meses de junho e julho, evitando assim o período chuvoso, que em excesso, prejudica o fruto. A Chapada é vista com enorme potencial para a produção vitivinícola. Em breve estaremos degustando novos vinhos brasileiros. E o melhor, aqui da nossa Bahia. Feliz ano novo e muitos vinhos à mesa.

 

Vaner Benetti

Sommelier FISAR/WSET 1

AVISO: O conteúdo de cada comentário é de única e exclusiva responsabilidade do autor da mensagem.

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notácia, democrática e respeitosamente. Para utilizá-lo, você deve estar logado no Facebook. Comentários anônimos (perfis falsos ou não) ou que firam leis, princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas podem ser excluídos caso haja denúncia ou sejam detectados pelo site. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, entre outros, podem ser excluídos sem prévio aviso. Caso haja necessidade, também impediremos de comentar novamente neste site os perfis que tiveram comentários excluídos por qualquer motivo. Comentários com links serão sumariamente excluídos.