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Segunda colocada em capacidade de geração eólica no Brasil, que tem o Rio Grande do Norte na dianteira, com 3,7 gigawatts, a Bahia surge no cenário nacional com grande potencial para liderar o setor nos próximos anos. Isso porque o estado, hoje com 100 parques em 16 cidades e 2,59 gigawatts de capacidade instalada, obteve bons resultados em leilões que definiram a instalação de mais 2 gigawatts para os próximos quatro anos.

O último deles, na semana passada, foi o leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em São Paulo. A Bahia, no leilão, foi o único estado que recebeu projetos do setor.

No leilão foram quatro projetos contratados pela empresa francesa EDF, com capacidade para gerar 114,4 megawatts, o equivalente ao consumo anual elétrico de 290 mil lares. O total de investimento será de R$ 629 milhões na Bahia.

Prevista para 2021, a usina ficará em Campo Formoso, Norte do estado. A região é considerada por governo e empresas do setor como a melhor para geração de energia eólica no Brasil.

Em expansão

Com novos leilões de 2018, este valor deve aumentar, alterando a curva de previsão para os próximos anos, informa a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), segundo a qual a capacidade eólica total instalada hoje no Brasil é de 13 gigawatts.

No país são mais de 6.600 aerogeradores instalados em 518 parques eólicos em 12 estados - as regiões Nordeste e Sul se destacam pelas características mais favoráveis dos ventos.

Em 2017, foram gerados 40,46 terawatts/hora de energia eólica ao longo do ano, um crescimento de 26,2% em relação a 2016. Essa geração representou 7,4% de toda a geração injetada no Sistema Interligado Nacional em 2017, segundo a CCEE.

A energia gerada ano passado dá para abastecer mais de 22 milhões de residências por mês, o equivalente a cerca de 67 milhões de habitantes, maior que o Nordeste (57 milhões de pessoas).

Ao todo, está prevista até 2026 a expansão de 18.500 MW de energia eólica, sendo 84% no Nordeste e 14% no Sul. Mas o Brasil só aproveita 40% de todo o potencial esperado para os próximos oito anos, informa a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Em janeiro, de acordo com a CCEE, a geração das eólicas, que depende da incidência de ventos e da eficácia dos equipamentos, foi de 4.387 megawatts médios, sendo que a Bahia gerou 899 megawatts médios (20%).

Economia local

Atualmente, na Bahia, há parques em operação em Bonito, Brotas de Macaúbas, Brumado, Dom Basílio, Caetité, Cafarnaum, Campo Formoso, Casa Nova, Gentio do Ouro, Guanambi, Igaporã, Morro do Chapéu, Mulungu do Morro, Pindaí, Sento Sé e Sobradinho.

Os parques em teste, construção ou contratados estão em Caetité, Gentio do Ouro, Igaporã, Itaguaçu da Bahia, Licínio de Almeida, Morro do Chapéu, Mulungu do Morro, Ourolândia, Pindaí, Riacho de Santana, Sento Sé, Sobradinho, Urandi, Várzea Nova e Xique-Xique.

A cidade baiana de Sento Sé, no norte, é a que mais tem atraído investimentos no estado. Ao todo, há 45 projetos para futuros investimentos já aprovados. O município conta com um parque eólico pronto, da empresa Brennand Energia, com potência instalada de 247,45 megawatts.

Outros dois empreendimentos, ambos da Engie Brasil Energia, estão entre Sento Sé e Umburanas, cidade vizinha. O Complexo Campo Largo, com 326,7 MW de capacidade instalada em 121 aerogeradores, deve ficar pronto este ano.

Já o Complexo Eólico Umburanas, localizado no município de Umburanas e cujo projeto foi comprado no final do ano passado pela Engie Brasil Energia por R$ 15 milhões junto a Renova Energia S.A, terá capacidade instalada de 605 megawatts.

Os empreendimentos têm aumentado o caixa das prefeituras. Em Sento Sé, por exemplo, somente com Imposto Sobre Serviços (ISS) a arrecadação tem variado de R$ 800 mil a R$ 1,5 milhão desde maio do ano passado.

“Nos povoados mais próximos dos empreendimentos, que ficam a cerca de 100 km da sede, as pessoas que alugam casa têm lucrado muito, até 1.000% de lucro. Isso ocorre, por exemplo, no povoado de Piçarrão, de 5 mil habitantes”, disse o secretário de Administração de Sento Sé Juvenilson Passos dos Santos.

Geração de energia eólica bate recorde no Nordeste

No Nordeste, segundo a ABEEólica, a geração de energia do setor tem quebrado recordes, atendendo mais de 60% da carga em alguns dias. O último recorde de geração foi no dia 14 de setembro de 2017, com uma geração de 6.413 megawhats médio, o que representa 64% da carga do Nordeste foi atendida por geração eólica naquele dia.

“Os recordes são registrados na época que chamamos de ‘safra dos ventos’, que vai mais ou menos de julho a novembro”, diz a ABEEólica. “Outro exemplo de recorde, esse nacional, é que, no dia 16/07/2017, 12,6% da energia consumida no Brasil veio das eólicas, com fator de capacidade de 63%”, completa.

No que se refere ao consumo do Brasil todo, a associação destaca que em agosto de 2017 as eólicas atingiram pela primeira vez os dois dígitos na matriz daquele mês, abastecendo 10% do país na média do mês todo. Em setembro, esse valor foi de 11%.

 “A despeito de o Brasil ser o 8º colocado em capacidade instalada, o país é o 7º em termos de geração. Isso porque temos um dos melhores ventos do mundo, o que permite um aproveitamento melhor do nosso parque gerador eólico”, frisa a ABEEólica.

Por: Vida Diária/Correio.

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